6/21/2012

Copacabana Palace

O TEMPLO DO GLAMOUR

Copacabana começo do Século XX

A ORIGEM DA IDEIA

A escassez de hotéis no Rio de Janeiro que acontecia em meados do século XIX prosseguiu no século XX, levando o governo a criar o Decreto nº1160, que isentava por sete anos, de todos os emolumentos e impostos municipais, os cincos primeiros grandes hotéis  que se instalassem no Rio de Janeiro.
Com o incentivo veio os hotéis, e com eles o Hotel Avenida (demolida 1957), o maior do Brasil, inaugurado em 1910, na Avenida Rio Branco. No seu andar térreo, se localizava a Galeria Cruzeiro, que era, ao mesmo tempo, uma parada de bondes, galeria de lojas e restaurantes e ponto de encontro de intelectuais, artistas e políticos. Em 1915, o Hotel Central, na Praia do Flamengo, dando lugar do antigo balneário High Life (demolido em 1951). Em 1922, inauguram-se o Hotel Glória, em estilo neoclássico, com 180 apartamentos, e  o Hotel 7 de Setembro, na Avenida Rui Barbosa, no Flamengo que sua existência efêmera, praticamente desconhecida. Foi fechado e teve seus prédios desmembrados em 1924 para que parte deles passasse a abrigar um hospital infantil, o Hospital Abrigo Arthur Bernardes em 1926. A partir daí, o casarão acolheu as alunas do internato da Escola de Enfermagem Anna Nery, da Universidade do Brasil – hoje UFRJ. De 1973 a 1995 os prédios passaram a abrigar a Casa do Estudante Universitário – CEU, nome pelo qual o conjunto arquitetônico ficou conhecido a partir de 1987, quando de seu tombamento pelo órgão de tutela estadual, INEPAC.
Mas a nossa história começa em 1920 com o rei Alberto I da Bélgica e a rainha Elizabeth patrona da rua do mesmo nome, no Posto 6, vieram ao Brasil à convite do presidente Epitácio Pessoa e de sua mulher, Mary Pessoa, que construiu à Igrejinha de Santa Inês, no bairro da Gávea, em agradecimento à santa pela eleição presidencial do marido.
O casal real, visitou a Mata Atlântica nas encostas de Teresópolis, a Serra da Mantiqueira pelo lado de Minas e… as areias de Copacabana. O então, Presidente da República, Epitácio Pessoa (1865-1942), aproveitando a oportunidade, convidou-os para voltarem ao Rio durante as festividades pelo Centenário da Independência, um evento de dimensões internacionais a ser realizado na esplanada do Castelo, em  7 de setembro de 1922
O Presidente da República, então, juntou esse convite à realização de um grandioso projeto, a tipologia para a construção de um hotel balneário, já que o Brasil naquele momento era influenciado pelo savoir vivre francês, costumes, moda e produtos, detectados como o estado da arte do desejável, atual e avançado. Assim, é natural supor a forte influência na arquitetura e construções, em detrimento do que já existia em construções nos centros urbanos e também na capital, na melhor das ideias, por quê não, preparar o bairro de Copacabana para receber os convidados que viriam “abrilhantar a efeméride”.
Propôs a empreitada ao magnata Octavio Guinle  (1886-1968)[1], cuja família havia ganho à concorrência para construir e explorar o Porto de Santos por 100 anos, em 1886. As docas de Santos, por onde passava toda exportação brasileira de café, na época, o Brasil exportava 75% de todo café do mundo e diziam que a cada cinco cafezinhos vendidos no planeta, três iam para o bolso da família Guinle,  tornando-se a mais rica família do país. Octávio Guinle apaixonado por obras e prédios de arte, nada mais que oportuno, construir um hotel-balneário elegante e majestoso que pudesse hospedar reis e atrair interesse do mundo, e assim, libertar o areal de sua nudez agreste. O magnata condicionou à sua aceitação de um cassino no hotel como forma de viabilizá-lo financeiramente. A condição foi aceita, e essa é a origem da construção do Palácio do Mar.

 A SUA CONSTRUÇÃO

Copacabana Palace Hotel em 1922
Gravura arquitetônica do Copacabana Palace
Projeto de 1920 não executado do Copacabana Palace de Morales de los Rios

O Copacabana Palace Hotel com uma arquitetura que segue a linha e o modelo dos grandes hotéis do balneário francês do final do século XIX e início do XX, constitui-se em significativo exemplar do ecletismo em voga na época, o estilo neoclássico.

Copacabana Palace Hotel 1923
Estabelecido o acordo, o empresário adquiriu então um alqueire de terras na Praia de Copacabana, que naquela época ainda era ocupada escassamente por algumas casas com os  fundos para a Avenida Atlântica, alargada em 1919 pelo engenheiro Paulo de Frontin, e lançou títulos resgatáveis da Companhia Hotéis Palace, fundada para gerir seus negócios no setor de hotelaria, que também fazia parte, além do Octávio Guinle, Francisco de Castro Silva, Barão de Saavedra, Francisco Marques, (…).
Para a execução do projeto foi contratado o afamado arquiteto francês Joseph Gire (1872-1933) [2], que se inspirou  calcado nos dois famosos hotéis da Riviera Francesa: o Negresco, em Nice, e o Carlton, na Côte D´Azur, em Cannes. A estrutura, sóbria e imponente, foi entregue a construção ao engenheiro brasileiro César Melo e Cunha, que empregou seu padrão de qualidade em larga escala, a importação de materiais de construção, quase todos vindos da França, o mármore de Carrara da Itália, cristais da Boêmia, o cimento da Alemanha, os vidros e os lustres da Checoslováquia e os móveis da França. Até os operários contratados para a construção eram estrangeiros.
Ressaca na Av. Atlântica em 1922
Ressaca na AV, Alântica 1924 Augusto Malta
Com o atraso na execução do projeto, o Presidente Arthur Bernardes (1875-1955), sucessor de Epitácio Pessoa, tentou em 1924 cassar a licença para nele funcionar um cassino, haja vista que a construção do mesmo ultrapassara o prazo estipulado pelo Governo. Isso se deveu às dificuldades na importação de mármores, cristais e materiais de construção, bem como o transporte dos mesmos para o Brasil e para Copacabana; técnicos europeus; desafio de engenharia, erguer barragem subterrânea para proteger as estruturas (fundações de 14 m) do hotel contra as fortes ressacas do mar aberto e a dificuldade de construção de um edifício daquele porte em solo arenoso; à falta de tecnologia e experiência no país para tal confecção e a uma violenta ressaca que em 1922, destruiu toda a Avenida Atlântica, causando danos aos pavimentos inferiores do hotel. O assunto foi encaminhado à Justiça, e a família Guinle, após dez anos de pendência judicial, ganhou a causa. E assim, o Copacabana e seu Cassino foram essenciais para a consolidação da fama e glamour do bairro nas décadas seguintes.
Entretanto, os primeiros dez anos de vida, o Copacabana Palace presenciou eventos históricos e dramáticos. O hotel só foi inaugurado em 13 de agosto de 1923, quase um ano após a Exposição do Centenário.
Em 1922, enquanto o hotel ainda estava em construção, alguns oficiais revoltados que marchavam contra as tropas governamentais tentaram tacar fogo no canteiro de obras. Por sorte, não houve grandes danos e alguns meses depois, já no ano seguinte o estabelecimento foi inaugurado com uma pompa inédita para a época.
Mistinguett (1875 – 1956) Jeanne Bourgeois.
Para marcar a inauguração, contou-se com a presença da grande cantora, atriz e vedete francesa Mistinguett. Sua presença foi muito alardeada por ter as mais belas pernas do mundo, e foi proibida de exibi-las. Na noite de estreia, deveria ocorrer um show com a artista francesa foi impedida de fazê-lo à última hora por razões de ordem contratual com o Teatro Lírico. Mas mesmo assim, a esfuziante presença tornou a inauguração do hotel um evento de projeção mundial. Por ocasião de uma de suas visitas ao Brasil, um jovem escritor carioca, Benjamim Costallat, escreveu uma pequena crônica sobre Mistinguett. Apesar da visão crítica do autor, vale citar o texto, que demonstra a influência da celebridade francesa – a “mais parisiense das parisienses”, nos dizeres do escritor:
Não conhecem Mistinguett? Pois bem, ela está aí, de há muito, em toda parte. A moda dos cabelos curtos, essas criaturas que andam com o pescoço raspado a navalha? Mistinguett! Atitudes displicentes, mãos na cintura, pés de lado, mulheres elegantemente magras? Mistinguett! Voz lenta, compassada, arrastada, gemida, ligeiramente rouca? Mistinguett! Sempre Mistinguett! Em toda parte Mistinguett. A moda é Mistinguett. E esse gênero Mistinguett, e as audácias de Mistinguett, de tal forma invadiram o mundo, que a curiosa artista dentuça (…) foi a causa remota de todos esses hábitos de ‘apache’ que as mulheres elegantes hoje têm. Antes da ‘gigolette’ criada por Mistinguett, não era elegante nem a mulher fumar, nem cruzar as pernas, nem cortar os cabelos, nem colocar as mão nas ancas. Eram hábitos muito pouco recomendáveis. Hoje tudo isso se faz na alta sociedade. (…) Não protestemos. Tiremos apenas o nosso chapéu diante de Mistinguett, a gloriosa antepassada, a alegre avó, da falta de educação deste século!… “ 
Em 1928, um dos luxuosos salões do Copacabana Palace, foi atingido por um tiro o Presidente Washington Luís dado por sua amante francesa durante uma briga. O Presidente Washington Luís foi socorrido pelo médico Francisco de Castro e o episódio abafado com intuito de evitar escândalos, divulgou-se que era crise de apendicite.
Alberto Santos Dumont (1873 - 1932)
Ainda em 1928, hospedou-se no Copa, em profunda crise de depressão, o inventor Alberto Santos Dumont, em 3 de dezembro de 1928. Santos Dumont voltava ao Brasil à bordo do navio Cap Arcona e vários intelectuais e amigos do inventor planejaram prestar-lhe uma homenagem. Pretendiam lançar uma mensagem de boas vindas em um paraquedas e estavam todos à bordo de um hidroavião batizado com o nome do Pai da Aviação. Depois de uma manobra desastrada, o avião que jogaria pétalas de flores em seu barco bateu nas águas da Baía de Guanabara e explodiu, matando seus doze ocupantes, entre eles vários amigos de Santos Dumont, tais como Tobias Moscoso, Amauri de Medeiros, Ferdinando Laboriau, Frederico de Oliveira Coutinho, Amoroso Costa e Paulo de Castro Maia. Santos Dumont fez questão de acompanhar por vários dias as buscas pelos corpos, após o que recolheu-se, primeiro ao seu quarto no Copacabana Palace Hotel, e depois a sua casa em Petrópolis, onde entrou em profunda depressão. Após algum tempo, voltou a Paris, internando-se em um sanatório nos Pirineus.
O Duque de Windsor,  Príncipe Edward de Gales, futuro Rei Edward VIII da Inglaterra, e seu irmão George, igualmente futuro rei britânico, se hospedaram no Copa em 1931. Numa festa realizada pelo pai do Jorginho Guinle, Edward VIII criou um rumoroso episódio constrangedor para a Família Real Britânica ao se apaixonar por uma jovem brasileira, Negra Bernardez, desquitada e mãe de dois filhos, a qual ele queria levar de todo o jeito para a Inglaterra e com ela se casar. Em seus arroubos, chegou a intentar um vôo num avião experimental trazido desmontado em seu navio para impressionar sua amada, jogando-lhe flores do alto sobre sua casa, no que foi dissuadido por seus assessores. Não se refez do episódio, tomando “homérico” porre e jogando-se todo fardado na piscina do Country Club de Ipanema. Anos depois, Edward, já Rei da Inglaterra, renunciaria ao trono para casar com a desquitada americana Lady Simpson, com quem viveu o amor de sua vida. Quanto à Negra Bernardez, a mulher que recusou ser rainha da Inglaterra, era mãe do famoso colunista social Manuel Bernardez Müller (Maneco Müller).
[1] – Guinle é uma família tradicional da elite financeira e social carioca desde a primeira década do século XX, quando o patriarca Eduardo Pallasim Guinle e Cândido Gaffrée fundaram a Companhia Docas de Santos. Guinle, falecido em 1912, deixou uma fortuna em valores corrigidos, era de mais ou menos hoje em dia em 2 bilhões de reais a seus descendentes. Gaffrée, que morreu em 1919 sem deixar herdeiros, também deixou sua parte nas empresas aos sete filhos de Eduardo, que expandiram, através da primeira metade do século XX, os negócios familiares para as áreas de produção e distribuição de energia elétrica, imobiliárias, indústria têxtil, bancos, construção civil e hotelaria.
[2] – Joseph Gire (1872-1933), arquiteto que nasceu em Puy en Velay, na região da Auvergne, na França, particularmente ativo no Rio de Janeiro, onde construiu numerosos prédios e residências que se tornaram marcos da paisagem urbana carioca. Entre essas construções se encontram o Hotel Glória (1922), o edifício A Noite (1930) com parceria Elisário Cunha Bahiana.  Apregoado o primeiro arranha-céus do Brasil e da América do Sul e a maior estrutura de concreto armado do mundo na época, que deu o pontapé inicial à verticalização do Rio, subiu aos céus na Praça Mauá, 22 andares em 90 metros de altura que corresponderiam, hoje, a 30 andares,  o Copacabana Palace Hotel (1923), o Palácio das Laranjeiras (1913), em parceria com Armando Silva Telles, e o Palácio da Ilha de Brocóio (1930), sendo que as quatro últimas construções foram encomendas da família Guinle. O edifício Praia do Flamengo (o primeiro prédio de apartamentos do bairro, conhecido como o Palacete de Areia) e a antiga sede da Sul América, no Centro, foram outros projetos que levaram a elegante assinatura de Gire na cidade. levando também seu requinte arquitetônico a outras cidades brasileiras, como São Paulo, onde projetou o Hotel Esplanada. Na Europa, teve, entre os seus clientes, o Príncipe Orloff e a família Caran D’Ache.

O INÍCIO DO GLAMOUR

Copacabana Palace Hotel
A visão do Presidente Epitácio Pessoa mostrou-se correta, e logo se tornou o Copacabana Palace lugar de encontro da sociedade brasileira e de celebridades internacionais, ultrapassando de muito a tímida visão espalhada pela crítica da época de que ninguém se hospedaria em hotel tão distante do centro. Ainda hoje, os seus salões e sobre chão de mármore italiano, decorados com arranjos de flores, os trabalhos de estuque no teto da recepção, nas madeiras escuras e exóticas, um som de vozes alegres no ar, um cheiro indefinido conduzem o visitante entorpecido a um oásis de luxúria.
Há hotéis que incorporam o glamour de uma cidade, mantendo viva a sua história.  Mais do que um hotel de luxo, o Copa – apelido descontraído dado a um palácio à beira-mar – tornou-se uma instituição de encontro lendário da high society internacional, o endereço permanente dos príncipes, milionários e socialites. Mesmo que Copacabana não tivesse mais que algumas casas de feição provinciana com dois pavimentos, pequenos jardins e quintais cercadas pelas últimas pitangueiras e dos cajueiros em flor, ainda sim, parecia coisa de visionário plantar luxo e grandeza naquele vasto espaço baldio.
O proprietário do Copacabana Palace, Octávio Guinle, herdeiro da maior fortuna brasileira tinha-se tornado na sua vida, ao ponto de habitar em permanência uma das duas suites presidenciais, de forma a melhor vigiar tudo o que acontecia no hotel. Culto, requintado, de gostos apurados e exigentes, Octávio Guinle não desprezava um pormenor para fazer do Palace, mais do que um hotel, um estilo de vida, que pudesse criar fama além-fronteiras, como de fato já sucedia, e ser uma espécie de cartão-de-visita do Rio de Janeiro. Mais de mil empregados serviam os duzentos e trinta quartos do hotel e a exigência de Guinle com a qualidade do serviço era de tal forma cuidada que ele redigira um “Código dos Empregados do Palace” onde, entre outras sábias determinações, se prescrevia a máxima de “não dar opiniões, e, quando solicitadas, evitar o prolongamento da conversa e os comentários”. Ou, mais avisado ainda e atendendo à notoriedade de alguns hóspedes, o Código estabelecia: “Não demonstrar conhecimento das excentricidades dos clientes, que deverão passar despercebidas, sem manifestações de gestos, palavras ou atos”.
E assim, estava aberto o lugar mais em voga da cidade, onde todo mundo queria ver e ser visto. Do cantor russo Chaliapine ao presidente Washington Luis, de Santos Dumont a Eduardo VIII e George VI, aos Rothschild, e o filósofo alemão Keyserling… De monarcas, presidentes, príncipes, embaixadores, ministros e, dizem, até…espiões. O Copa já hospedou de tudo. Basta citar uma definição do texto, em que Jean Paul Sartre e Simone de Beauvoir, ao se hospedarem no Copacabana Palace em 1960, mostraram ao mundo que “mesmo sendo de esquerda, dá pra apreciar a arte de viver da direita”.
Jean Paul Sartre e Simone de Beauvoir em 1960
O bairro de Copacabana rodeado de mar, baías, lagoas e montanhas, dava-se a iniciação à tropicalização da cidade, quando a elite deixou às ruas e os becos abafados do centro da cidade para ocupar Copacabana de suas mansões coloniais, bangalôs e casas rústicas que mais pareciam transplantados da Normandia,  Baviera  e da rústica Escócia, construídas pelas firmas de engenharia que se alastravam pelo bairro.
 
Nos anos 40 e 50, o hotel abrigou de conchavos políticos às gargalhadas escancaradas de celebridades internacionais. Oficialmente, a política do Palace era não ter política, dar-se bem com todos os políticos do país, da República Velha ou da República Nova, de todos os regimes e de todos os governos. Vivendo, sob um regime autoritário, isso significava que a família Guinle estava de muito boas relações com o regime de Getúlio Vargas.
Conta-se que na época, o irmão do Presidente, Benjamim Vargas, conhecido por “Bejo”, era um frequentador habitual das mesas de jogo do cassino do Copa, onde gozava de privilégios que só a sua relação familiar justificava. Tinha, por exemplo, o mau hábito de ir para a sala de jogo munido do seu revólver, que não hesitava em utilizar, em tiros para o ar, de cada vez que a sorte lhe virava costas. Numa célebre noite, farto de perder, “Bejo” pousou teatralmente o revólver em cima do pano verde da roleta e proclamou em voz bem alta a sua aposta final:“Dezessete, preto, ímpar!”. A roleta girou e o croupier anunciou em voz baixinha: “Oito, vermelho, par…”. Fez-se um silêncio de tragédia na sala toda, enquanto “Bejo” já ia estendendo a mão para o revólver. Mas antecipando-se-lhe, numa jogada de inspiração, o croupier anunciou: “Perdão: preto, ímpar, dezessete!”. Benjamin Vargas recolheu revólver e fichas, e a noite acabou em alívio geral.
Um episódio acontecido em 1954 no Bife de Ouro no Copacabana Palace entre o Carlos Lacerda, Deputado Federal e um filho do Ministro da Fazenda Oswaldo Aranha numa briga que gerou manchetes, xingamentos e ameaças. Estava no Bife de Ouro, com Edilberto Ribeiro (deputado da UDN) e chegou o Ministro João Cleophas, junto com um amigo de Pernambuco e um diretor da Tribuna da Imprensa, num jantar promovido pelo deputado. Jantaram, inclusive o jornalista e deputado Carlos Lacerda. Apareceu um sujeito e afrontou Carlos Lacerda, dizendo-lhe coisas desagradáveis, que Lacerda comenta que não entendeu bem o que era, mas era algo do tipo: “Levante-se para apanhar”. Lacerda respondeu: “Você está falando sério?”. Era: Euclides Aranha – o Kiko Aranha – um dos filhos do Oswaldo Aranha. Ocorre que Lacerda tinha escrito na véspera, uns dois ou três artigos chamando o Presidente Getúlio Vargas de monstro; Lutero Vargas de filho de rico e degenerado do pai dos pobres, e traçou um perfil carregado do Ministro Oswaldo Aranha, apresentando-o como mentiroso, fantasista, improvisador. Depois de provocar, Kiko deu um soco em Lacerda, no rosto e um outro na testa, recuou e puxou o revólver. Lacerda salienta que tomou o revolver dele e colocou no bolso. Ficou com dois – o seu e o dele. Eram iguais, dados a eles pela mesma pessoa: Celso Mendonça. Era parecido com o calibre 38, mas de cano curto, eficaz para tiros de pouca distância, conta Carlos Lacerda, que acrescenta: “Parecia um faroeste. Viravam as mesas e tapa para cá, soco para lá… Tinha umas americanas, turistas, fascinadas com aquela cena de faroeste”.
Continuando a história, Lacerda relata que os amigos de ambos os apartaram. João Cleophas levantou-se para telefonar para o Oswaldo Aranha e nunca mais voltou, sumiu, e foi Edilberto quem telefonou pedindo uma providência para tirar o filho de Aranha. O amigo de Cleophas ficou à mesa. Depois, sentaram-se à mesa de Carlos Lacerda dois amigos de Oswaldo Aranha: um deles da UDN, Jorge Jabour, irmão do grande plantador de café, Abraão Jabour, que tinha sido deputado da UDN, e o [?], que começou como repórter de O Globo e se tornou uma figura eminente, como procurador da República. Eles falaram que os amigos do Oswaldo Aranha estavam na casa dele e estavam indo todos para o bar e que era melhor Lacerda sair dali, pois aquilo viraria uma carnificina. Lacerda conta que lhes respondeu: “Tô no meio do bife e não posso sair sem acabar o bife!” O [?] e o Jabour negociaram então a história. Ficou acordado que eles sairiam com o Kiko por um lado e Carlos Lacerda por outro, assim que terminasse o bife. E foi isso que ocorreu.  (Fonte: Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro)
A elegância na varanda do Copa - Foto: Carlos Moskovics
No tempo em que as misses ainda não mostravam as pernas, o Copa serviu em 1930 de palco para o primeiro concurso de Miss Universo no qual as candidatas desfilavam em carro aberto pela cidade e utilizavam a varanda do hotel como passarela, sob os aplausos de uma multidão aglomerada na avenida Atlântica. O concurso que aconteceu em desfile de carros abertos, onde ficavam as candidatas, começou na Praça Mauá e terminou diante do Copacabana Palace. As misses ficaram hospedadas no Hotel Glória. Yolanda Pereira (1910–2001) foi a primeira brasileira a conquistar o título de Miss Universo, em 1930.
Nat King Cole cantor e músico de jazz 1919 - 1965
O Golden Room fez história na música. Mais a tradição não está apenas em sua refinada arquitetura art-nouveau e nas ilustres personalidades que por lá passaram. Está também na área de eventos. O Golden Room – ou A Cúpula de Ouro -, inaugurado em 1930, foi a primeira casa de espetáculos da América Latina, recebeu vozes que marcaram o século, de onde se apresentaram Maurice Chevalier, Ray Charles, Edith Piaf , Ella Fitzgerald, Nat King Cole, entre outros. Mais tarde, o Golden Room também abrigou as antológicas revistas de Carlos Machado.
O salão do Copacabana Palace foi palco dos primeiros desfiles de moda do país, a Casa Canadá, numa época em que a Cidade Maravilhosa vivia seu auge cultural, a marca foi fundamental para a moda nacional ganhasse sua identidade. A história da Casa Canadá, considerada o ponto de partida da moda brasileira, as irmãs Mena Fiala e Cândida Gluzman, e o costureiro Dener logo passaram a criar seus próprios modelos, que vestiram mulheres da high society brasileira  nos anos 40, passando pelo seu apogeu nos anos 50, até o seu declínio, em meados dos anos 60.
O hotel, aliás, já foi palco de luxuosos bailes carnavalescos, nos mesmos anos dourados em que as nossas saudosas Cinédia, Atlântida e Vera Cruz eram pródigas em produções recheadas de fantasias, confete, serpentina e marchinhas. Mesmo quem não viveu aqueles tempos sente certo saudosismo ao ver esses filmes, que, de raro em raro, eram exibidos nas antigas emissoras educativas que existiam por aqui. Além disso, desde 1924, o tradicional Baile do Copa agita o sábado de carnaval da elite carioca, entre os quais destacavam dos Desfiles de Fantasia. Apenas entre 1973 e 1993 a festa não foi realizada. Atualmente, a folia remete aos anos dourados da época debutante, com fartos banquetes e figurinos clássicos.
Em 1927, após uma temporada no Copacabana Palace, o violinista Julio De Caro compôs o tango “Copacabana” que se tornaria o primeiro sucesso internacional a citar o nome do bairro. ”Da sacada do meu apartamento olhava o mar, admirava a orla emoldurada de luzes multicores. O vento era suave, o ambiente dionisíaco. Três da manhã algo guiou minha mão ao caderno de música. Escrevi na pauta ‘Copacabana’ e o subtítulo ‘Ninho de Amor’ . Tudo saiu de uma vez”.
Ginger Roger e Fred Astaire
O hotel serviu de tema para o musical “Flying Down to Rio”, de 1933, com Dolores del Rio, em que Fred Astaire e Ginger Rogers dançam juntos pela primeira vez. Embora ambientado no hotel, o filme foi inteiramente rodado nos Estados Unidos da América, em estúdios com cenários pintados do Rio de Janeiro e na praia de Malibu,  divulgou para todo o mundo a imagem da cidade maravilhosa como um paraíso tropical no exterior. O sucesso do filme tornou o hotel conhecido mundialmente.
Reunião antes do desfile de moda da Casa Canadá em 1940
Durante a Segunda Guerra Mundial, o medo paranoico de ataques de submarinos alemães fazia com que os moradores da praia mantivessem as luzes apagadas ou pusessem panos pretos nas janelas. Enquanto isso, por trás das cortinas, a vida noturna continuava mais animada do que nunca no Copa. A Segunda Guerra Mundial tornou o Copacabana Palace o único hotel de turismo de porte capaz de hospedar a elite internacional sem sofrer do perigo de um bombardeio. Foram os anos áureos do hotel. A política de boa vizinhança para com os Estados Unidos, estabelecida em 1942, fez com que grandes personalidades daquele país nos visitassem e se hospedassem no Copa. Praticamente todos os grandes atores de Hollywood se hospedaram nele: Clark Gable, Edward G. Robinson, Fred Astaire, Orson Welles, Dolores Del Rio, Katerine Hepburn, Lana Turner, Marlene Dietrich, que realizou show memorável em 1959 com o jovem pianista Burt Bacharah.
Clark Gable - Ator americano 1901 - 1960
Anexo tornou-se logo lugar não só para residência de hóspedes ilustres, como também para encontros furtivos importantes, pois existia uma elaborada passagem subterrânea, por detrás do salão de cabeleireiro, que conduzia quem não quisesse ser visto daquele lugar até o Anexo. Devem ter sido encontros extremamente apaixonados, pois pelo menos dois amantes morreram do coração, um deles importante Senador da República por São Paulo e outro um respeitável banqueiro carioca.
O chef Paul Ruffin inventava moda na culinária com um aromático picadinho, servido às 12 badaladas para os frequentadores da Boate Meia-Noite, recém-inaugurada no hotel. A receita de guisado de carne, farofa, banana frita e ovo poché tornou-se um clássico da cozinha brasileira.
molde da ficha de jogo
Em abril de 1946, após a 2ª Guerra mundial, o presidente Eurico Gaspar Dutra (1883-1974) [¹] proibiu o jogo no país. Conta-se, a sua última partida de roleta no Brasil às 23h do dia 30 de abril de 1946, com a proibição, o Diretor do Cassino, José Caribé Rocha, “com a voz embargada e em tom solene, anunciava a última partida da roleta, encerrando um período inigualável de luxo e glamour”.
[¹] Os cassinos já eram bem freqüentados ainda no Império até pelo imperador D. Pedro II. Passaram para a clandestinidade no início do século XX e voltaram à legalidade com Getúlio Vargas (1930-1945). No entanto, havia muita insatisfação e pressão da sociedade e da Igreja, o que culminou com o retorno à ilegalidade em 1946. A pressão maior veio de Dona Santinha, como era chamada Carmela Dutra, descrita como “uma mulher católica, devota e fervorosa. Casada com Dutra desde 1914, e ligada à ala mais conservadora da igreja, tão logo o marido assumiu a presidência, ela lhe fez alguns pedidos e exigências, entre eles: “a extinção do Partido Comunista Brasileiro, a construção de uma capela no Palácio Guanabara, que seria a residência oficial da família e o fechamento de todos os Cassinos e a proibição dos jogos de azar em todo território Nacional”.
Com o fim dos jogos, os salões do Copacabana Palace passaram a serem utilizados para festas ocasionais. Com o tempo, o espaço do antigo cassino foi reformado e várias peças foram restauradas preservando os modelos originais. E uma de suas partes, instalou-se em seu lugar, o Teatro Copacabana, responsável pelo lançamento de muitos talentos da dramaturgia nacional. O responsável pela reforma do Copa foi o arquiteto Wladimir Alves de Sousa, que soube preservar a ambiência antiga do hotel. Acrescentando a isso, o hotel passou por uma ampla reforma, aumentando sua capacidade e acrescentando dois pavimentos ao prédio principal, a Pérgula lateral e o Anexo nos fundos, e mais a ampliação da piscina que foi construída em 1934, sendo o  projeto do engenheiro César Melo e Cunha, que a partir de sua inauguração em 1949, se tornou ponto de encontro da sociedade brasileira e estrangeira.
Em agosto de 1953 ocorreu um incêndio no Copacabana Palace. A principio pensou-se que se tratava de um pequeno incêndio no restaurante Bife de Ouro, no entanto muito maior, atingindo o Teatro Copacabana (a Cia Teatral de Henriette Morineau, a Artistas Unidos, perdeu tudo), o Golden Room, e parte da Boite Meia Noite. Apesar da presença dos bombeiros a falta d’água que reinava na cidade nessa época atrapalhou o trabalho de extinguir o fogo, da qual foi usada da própria água da piscina do hotel.
Incêndio no Copa em 1953 - Foto de Yllen Kerr
Com a transferência da capital para Brasília, em 1960, o hotel conheceu um período de lenta decadência, até ser superado por hotéis mais modernos, construídos na década de 1970. Embora o destino tenha transformado o nome Guinle em sinônimo do glamour e do bem-viver, o clã, na verdade, foi protagonista de alguns dos principais capítulos da história econômica do Brasil, uma saga que começou em 1870 e se arrastou até 1997, quando o Banco Boa Vista foi vendido aos grupos Monteiro Aranha e Espírito Santo e posteriormente ao Bradesco. Ao grande público, parecia cair o último empreendimento com a assinatura da família.
Em 1985, projetou-se a sua demolição. No entanto, o Copacabana Palace tornou-se patrimônio histórico, sendo tombado nas esferas federais (IPHAN), estadual (INEPAC) e municipal (SEDREPAHC). Em 1989, a família Guinle, na pessoa de José Eduardo Guinle, vendeu-o ao grupo Orient-Express Hotels, que reabilitou o Copacabana Palace, modernizando as antigas instalações sem descaracterizá-las.

LIVRO DE OURO – A MEMÓRIA DO COPA

Desfile da Casa Canadá em 1953
Basta um rápido passeio pelas páginas do Livro de Ouro do Copacabana Palace para confirmar o status do hotel, dentre os maiores hotéis do mundo.
Ele é um ponto de encontro lendário da alta sociedade do Rio. Ao longo de décadas, membros da realeza, estrelas de cinema, teatro, música e esportes, assim como políticos e grandes empresários estiveram aqui para apreciar sua fina cozinha, pelo serviço suntuoso e pela pura sofisticação.

CURIOSIDADES DE SEUS ILUSTRES HÓSPEDES

Em 1925,  Albert Einstein foi a primeira personalidade mundial a se hospedar no Copa.
Já na turbulenta passagem pelo Brasil em 1942, Orson Welles um dos primeiros diretores estrangeiro a rodar um filme no Brasil ficou amigo de Grande Otelo, bebeu todas e comeu todas. Integrou-se à paisagem carioca, passou a gostar de futebol, torcia pelo Botafogo e vestiu a camisa do clube da Estrela Solitária numa entrevista coletiva à imprensa. Residindo seis meses no hotel, um dos primeiros a rodar um filme no Brasil – brigou pelo telefone feio com a sua namorada, e que num acesso de fúria por ter sido preterido pela atriz mexicana Dolores del Rio, arremessou pela janela de seus aposentos, para a piscina, uma cadeira e um criado mudo.
Retratado como um tipico malandro carioca, Zé Carioca teria sido criado no começo da década de 1940  pelo próprio Walt Disney dentro do Copacabana Palace Hotel. O desenhista disse que amou tanto o Rio de Janeiro, que tinha que deixar um presente para os cariocas. Hoje o Zé Carioca é mais do que um personagem ou mascote carioca, é um elo entre a Walt Disney World e o Brasil. E uma das coisas que  lhe chamou a atenção foi o personagem como um papagaio antropomórfico, que deveria representar o estereótipo do brasileiro. Zé Carioca foi mostrado como um personagem divertido, festeiro, vagabundo e preguiçoso.
Carlos II da Romênia, durante a Segunda Guerra Mundial, o exilado reis da Romênia viveu no hotel com sua esposa morganática, Madame Lupescu.
Ava Gardner esteve no Rio de Janeiro em 1954 para divulgar filme  ”A Condessa Descalça”,  mas a sua visita não foi tão agradável como ela esperava. Começa com a malfadada viagem com o tumulto que de fato ocorreu. Quando Miss Gardner chegou ao aeroporto do Rio, a multidão que a aguardava quebrou a barreira policial e invadiu a pista. Quando a atriz finalmente conseguiu chegar a um táxi, o carro não conseguiu partir, então,  ela bateu na cabeça do motorista com seu sapato. Ao chegar ao Hotel Glória mudou de quarto três vezes, irritada por nao ter gostado das acomodações, exigiu hospedar-se no Copacabana Palace Hotel. Numa discussão com o gerente do primeiro hotel, bebidas foram atiradas no chão, e segundo notícias que chegaram à imprensa ela teria quebrado objetos no hotel, jogou toda a sua bagagem pela janela do seu aposento, e depois seguiu a Copacabana às 3:30 hs. da madrugada, decidiu encurtar sua viagem e permaneceu fechada em sua suíte no Copa. Mas em sua última noite no Brasil, ela saiu às escondidas, depois da meia-noite, e fez um tour pela cidade, incluindo favelas, e terminou assistindo ao nascer do sol na praia.  Ava foi embora do Rio, dizendo que odiou a cidade.
Ava Gardner e Frank Sinatra 1951
Os tapas e beijos com o ator e cantor Frank Sinatra. Mais tapas do que beijos. Dizem que Ava Gardner ficou seis dias e noites seguidos no bar do Golden Room, chorando e bebendo quantidade industriais só na base do uísque, enquanto pedia ao Chopinha, chefe do conjunto musical da Boite Meia Noite que apenas executasse canções do seu ex-amor Frank Sinatra  de quem acabara de se divorciar.
Marlene Dietrich
Em sua apresentação no Brasil em 1959, no Golden Room do Copacabana Palace Hotel, Maria Magdalene Von Bosch – a grande Marlene Dietrich -  a diva alemã surpreendeu os funcionários ao pedir um balde de champanhe cheio de areia. “Veja este vestido colante. Ele me impede de descer 20 degraus até o banheiro para fazer o meu burguês pipi…“, justificou o Anjo Azul. Deste show nasceu um disco onde ela canta “Luar do Meu Sertão” do saudoso Luiz Gonzaga.
A atriz, cantora e dançarina, Ginger Rogers ensinou Jorginho Guinle a dançar pelos corredores de mármore do hotel
Linda Crhistian ( 1923-2011) e Baby Pignatari (1917-1977)
Linda Christian, que foi mulher  do famoso ator Tyrone Power, com quem se casou em 1949. Tyrone Power era um dos maiores ídolos do cinema, junto com Clark Gable, Gary Cooper e Fred Astaire. Tyrone e Linda foram o grande casal de celebridades de sua época.
Linda, que era chamada de “bomba anatômica” e fez pequenos papéis em filmes,  ficou mais conhecida por seus incontáveis romances com personagens famosos, como o maior toureiro espanhol Dominguin, e o milionário Baby Pignatari casado com a princesa Ira de Fürstenberg, com quem esteve com ele no Brasil,  “causando” geral no Copa, com muitas histórias registradas no livro de memórias do hotel.
Os amigos brasileiros de Pignatari (da legendária “Turma dos Cafajestes”), quando a conheceram no Rio de Janeiro, a acharam chatérrima, e chegaram a fazer uma passeata em frente ao Copacabana Palace, onde ela estava hospedada, com cartazes onde estava  escrito “Linda Go Home!”. O namoro terminou ali…
Quem quase morreu de amor, e com coração partido, foi a grande cantoraCarmem Miranda, frustrada pelo fracasso de seu casamento. Carmem trancou-se em seu quarto em dezembro de 1954 e pensou seriamente em se matar, desistindo após olhar  da varanda de sua suite, a bela paisagem da orla de Copacabana. Carmem, aliás, seria muito mais lembrada pela alegria que exarava em seus shows no Golden Room que por este episódio, que com o tempo lhe levaria à morte em agosto de 1955.
A atriz francesa Brigit Bardot , de passagem no Rio de Janeiro in 1963, não se hospedou no hotel, mas o escolheu dar uma  entrevista coletiva à Imprensa, e criou um grande tumulto na Avenida Atlântica.
A dançarina Josephine Baker manteve no hotel um encontro furtivo com o Arquiteto Le Corbusier.
Janis Joplin em sua vinda ao Brasil a cantora gerou polêmica ao ser expulsa do Copacabana Palace por nadar nua na piscina. Foi presa por atitudes duvidosas e ainda desfilou no carnaval.
Em 1974, depois de um show no Maracanãzinho, cantor Alice Cooper, expoente do hard rock, quase destruiu o Copa. Durante toda uma madrugada, ele, a banda e sua equipe técnica, alheios aos apelos da gerência e protestos de outros hóspedes, travaram uma guerra que incluiu arremesso de pratos e comida, lançamento de objetos pela janela e bebedeira colossal. Quatro suítes foram depredadas, móveis foram danificados, vidros quebrados e a piscina do hotel precisou ser esvaziada por dois dias para limpeza. O prejuízo foi inteiramente ressarcido no dia seguinte, com o pagamento da maior conta de extras já registrada pelo caixa do hotel.
Em 1977 foi a vez do cantor da voz roca, Rod Stewart aprontar. O roqueiro e seus músicos foram expulsos após disputar uma barulhenta partida de futebol no amplo, mas insuficiente espaço, de uma das suítes presidenciais.
Em alguns casos, grandes personalidades foram recusadas devido a exigências inconvenientes ou impossíveis de serem cumpridas. Numa delas, Jon Bon Jovi pediu que, durante sua estadia, nenhum funcionário lhe dirigisse a palavra, o que contrariava os princípios de classe e educação que o hotel seguia à risca. O cantor nunca conseguiu hospedar-se no Copa.
O ator Johnny Depp destruiu uma suíte durante uma briga com a modelo internacional, Kate Moss.
O rei Juan Carlos I da Espanha demandou, em 1982, que todo o sexto andar fosse bloqueado para sua estadia, mas essa medida obrigaria a desocupação da suíte onde vivia Mariazinha Guinle, a viúva de Octávio Guinle, dono e fundador do hotel. A reserva da comitiva real terminou cancelada e somente 18 anos depois o rei espanhol conseguiria assinar o Livro de Ouro do hotel.
As camas, no modelo boxe, feitas sob medida por uma firma americana, são tão confortáveis que Keith Richards, guitarrista dos Rolling Stones,convenceu a gerência a lhe vender uma, em 2006depois de ficar hospedado em uma das luxuosas suítes com a mulher, o roqueiro quis dar o colchão do quarto de presente para a amada.
 A funcionária do hotel, a inglesa Anne Philips, exímia nos protocolos da realeza e em atender a excentricidades dos vips. Na passagem da Banda U2, em 2002, foi recebida pelo guitarrista The Edge pelado, ao levar o café da manhã em sua suíte.
Mick Jagger exigiu muffins durante sua estadia, que tiveram de ser testados e aprovados antes de servidos ao ídolo. No final das contas, ele acabou comendo só um.
A Princesa Diana de Gales em 1991 passou boa parte de sua visita ao Rio de Janeiro hospedada no hotel. Ela também teria pedido para apagar as luzes da piscina no início da madrugada, para poder nadar sem ser notada.
Nada comparável à lua-de-mel de um Príncipe de Dubai, quando levou quatro horas desfazendo cinqüenta malas, com a ajuda de um mordomo.
A crônica do hotel registra o caso de um russo que ofereceu 5 000 dólares para entrar com uma “amiga”. Não entrou.

Vida e os tempos de ‘Little George’.

Um playboy, hoje um ofício em extinção.

Jorginho Guinle 1916-2004
Ao saber que estava com um aneurisma na aorta abdominal, o maior playboy brasileiro pediu para deixar o hospital e foi morrer no Copacabana Palace. Morrer no hotel foi o último desejo daquele que era considerado o último playboy brasileiro.  Guinle vinha da família responsável pela construção do Hotel Copacabana Palace, um dos mais luxuosos do Rio de Janeiro.
Símbolo do playboy culto, requintado e bem relacionado – O ex-milionário Jorginho Guinle foi um símbolo do refinamento e um dos primeiros divulgadores do Rio de Janeiro no exterior. Dizia ser é um absurdo um playboy trabalhar. Para ser um verdadeiro e famoso playboy era preciso ser especialista em jazz, gourmet, versado em pintura, aficionado do cinema e da filosofia e satisfazer plenamente a beldade do momento.
Baixinho, disfarçava 1,63m sobre uma sola de sapato de dez centímetros. Boa parte de seu charme vem dos olhos cor do mar, mas não fosse sua lábia irresistível não teria chegado aonde chegou. Era rico, mas não tinha tanto dinheiro como os Rockfeller ou os Vanderbilt.
Bem relacionado com os magnatas Nelson Rockfeller e Alfred Bloomingdale, e íntimo das socialites Elsa Maxwell e Grace Vanderbilt, Jorginho ganhou tratamento vip dispensado pelos mais importantes donos de estúdios de cinema da época. Adorado por Jack Warner, chefão da Warner Brothers, freqüentava a casa de Louis Mayer, da MGM, e almoçava com Darryl Zanuck, dono da 20th Century Fox. tento o privilégio de sentar nas primeiras filas de mais de 20 cerimônias da entrega do  Oscar, convites dado pelo seu amigo do Bob Hope (comediante que apresentava o Oscar nos anos 50). Difícil dizer o que Guinle quis e não teve
Acredita-se que tenha tido relações amorosas com diversas atrizes de Hollywood,  mas os seus romances que duravam com a passagem de um carnaval carioca. Residiu no Copacabana Palace Hotel (fundado por seu tio, Octavio Guinle) até a sua morte, gabando-se de nunca ter tido de trabalhar na vida. Gastou muito de sua fortuna com ininterruptas festas luxuosas, viagens pelo mundo, presentes e belas mulheres, entre elas Rita Hayworth, Marilyn Monroe, Romy Schneider, Kim Novak, Ava Gardner, Susan Hayward, Jane Mansfiels, Marlene Dietrich, Janet Leigh, Veronica Lake e Anita  Ekberg.
Jorginho e Kim Novak
Jorginho com Rita Hayworth
Jorginho e Ginger Rogers
Quando, em 1962, ele voou para a Califórnia para encontrar com Marilyn Monroe e para acompanhá-la para o Festival de Cinema de Veneza, que ele tinha em sua bagagem um colar de topázio que um amigo joalheiro lhe pediu para dar a ela, mas na chegada em Los Angeles, Guinle ficou chocado ao saber pelos jornais da morte da atriz.
No seu quarto habitual no Hotel Beverly Hills, Guinle recuperou seu equilíbrio, e telefonou para a recém-divorciada Jayne Mansfield. Quando se encontraram, ele deu a ela o colar destinado a Marilyn Monroe. “Ela ficou muito contente”, lembrou Guinle. ”Passamos os próximos dois anos juntos.”
Romy Schineder no carnaval do Copa
Quando convidou Rock Hudson para vir ao Brasil, combinou com a Universal uma forma de tapar o sol com a peneira, para abafar os rumores de que o másculo ator era gay. A Revista o Cruzeiro, maior veículo de circulação nacional do país, à convite de Jorge Guinle fotografou Rock Hudson e a atriz brasileira Ilka Soares numa paradisiaca ilha do litoral fluminense, publicando dez páginas do “tórrido” romance entre os dois.
Os convites de Jorginho Guinle eram coordenados por Harry Stone, conhecido como o embaixador do cinema americano no Brasil (era do corpo diplomático, funcionando na Embaixada dos Estados Unidos), defendendo os interesses da indústria de Hollywood em nosso país, razão pela qual era odiado pelos cineastas brasileiros.
Jorginho se orgulha de ter gasto a fortuna de quase cem milhões de reais que lhe foi deixada de herança. “Vivi o que quis, quando eu quis“, frase na qual ele mesmo se define.
Convite Jorge Guinle - 1980
Billie Holiday (1915 - 1959)
Jorginho Guinle escreveu em 1953, o primeiro livro sobre jazz (Jazz Panorama), uma de suas paixões. Foi íntimo dos principais músicos americanos de Jazz, como Charlie Parker, Dizzy Gillespie, Duke Ellington, Ella Fitzgerald, Lester Young, Billie Holliday,Miles Davis…  Recebeu em sua casa Tommy Dorsey, Harry James, Louis Armstrong, Dizzy Gillespie, Sarah Vaughan, Ella Fitzgerald e os membros do Modern Jazz Quartet.  Além do jazz, tinha um outro hobby. Uma preciosa coleção de locomotivas, expostas em prateleiras, numa sala especial do seu imenso apartamento. Sua autobiografia foi titulada Um século de boa vida. Era também declaradamente ateu.
Foi um dos grandes responsáveis pela internacionalização da cidade.
Divulgou o carnaval nos EUA, trazendo importantes artistas.
Um dos brasileiros mais conhecidos e respeitados no exterior, era uma espécie de Embaixador do Brasil.
Foi o brasileiro que, naquela época, atuou mais fortemente no exterior projetando o nome do Brasil;
Foi amigo de 5 presidentes dos EUA, inclusive John Kennedy e Roosevelt;
Sentou-se nas primeiras filas de quase todos os Oscar (ali estava o único brasileiro representando o nosso país).
Ajudou artistas brasileiros nos EUA, apresentando e marcando encontros com os seus poderosos amigos do show business.
Com seu amigo Nelson Rockfeller, empenhou-se,  junto ao Presidente Getulio Vargas, amigo do seu pai, para que o Brasil se colocasse ao lado dos americanos na segunda guerra mundial. Jorginho tinha voltado da Europa e ficara alarmado com o avanço do nazismo e omissão de muitos europeus.
Abriu portas para vários empresários brasileiros no exterior, fazendo muito mais que ministros da época .
Ninguém fez tanto pelo turismo brasileiro, até hoje, quanto Jorge Guinle.
Amigo dos poderosos de Hollywood, empenhou-se para que não se abafasse o ainda incipiente cinema brasileiro. Uma de suas tarefas oficiais era ler e corrigir roteiros de filmes, para garantir, por exemplo, que os personagens da tela brasileira falasse Português, não Espanhol.
Com a morte de Jorginho Guinle, morre também uma parte importante da cidade. “Ele foi um dos últimos símbolos de charme, elegância e educação de um Rio mais tranqüilo, mais civilizado. Ele amou o Rio tanto quanto as mulheres que dizia ter tido”.
Ao sair do hospital e saber que ia para o hotel, disse: “Agora eu vou para o céu. Vou para o Copacabana Palace”. Jorge Guinle, que foi casado três vezes, teve três filhos (um deles falecido) e em seus últimos anos de vida viveu com aposentadoria de 1.588 reais por mês pelo INSS garantido pelos seus 30 anos de trabalho na companhia de seguros da família. Mas só batia ponto.
Morou de favor no modesto apartamento de uma das ex-mulheres, Maria Helena. Faleceu aos 88 anos, às 4h30 na madrugada de uma sexta-feira em uma suite 153 que foi cedida a ele pelo Copacabana Palace Hotel, atendendo ao seu último e derradeiro desejo.

FRASES DO JORGINHO

“Epicuro dizia, trezentos anos antes de Cristo, que a vida é uma busca de prazeres. Tive a felicidade de ser playboy, o que me permitiu conhecer todas as formas de prazer. O dinheiro me possibilitou muita coisa, inclusive estar com mulheres incríveis. No meu caso, playboy e filósofo se complementam perfeitamente. Sou filosoficamente materialista. Para mim, prazer é a realização plena dos nossos valores; emotivos e intelectuais. Claro que esses valores variam de pessoa para pessoa, mas não acho que deveria existir o prazer resultante da inveja, o prazer do ódio, do ressentimento, do fanatismo”.
“Sempre achei que as relações humanas são mais importantes do que a satisfação dos bens materiais.”
“Detesto ostentação, não aceito o absurdo poder do dinheiro e tenho horror a qualquer manifestação nouveau riche.” 
“O que tem importância é a liberdade, e isso porque a verdadeira liberdade é a consciência, portanto a livre escolha. O problema é que não é explicável.” 
“Modéstia a parte, só eu poderia ter trazido tantas estrelas para cá. O país me deve isto. Pelo menos uma medalhinha eu merecia do meu Rio de Janeiro, não?”. 
“Não me arrependo. Eu tinha uma vida muito melhor do que eu poderia ter imaginado. Conheci o A a Z de Hollywood e teve um grande momento. Eu não poderia ter nenhum dinheiro à esquerda, mas quando eu durmo, sonho com Marilyn”.
“Ionita, tenho 52 anos e você tem 20. Dê-me dois anos de sua vida. Para você, isso não é nada. Para mim, é uma vida inteira”.
” A vida é uma viagem: o importante é viajar de primeira classe. “
“Só se vive uma vez. Então temos que curtir a vida.”
“Dormindo todos somos iguais. Mas só eu posso sonhar com Marilyn Monroe.”
“Eu calculei gastar o suficiente pra viver até os 75 anos. Só que vivi um pouco mais… Me ferrei.”
“Não fiz nada de produtivo na vida e tenho esse direito. Há tanta gente pobre que trabalhou mais do que eu e recebe quantias vergonhosas”.
“Nenhum playboy de hoje pode ser meu sucessor. Esses meninos, o Ricardo Mansur e o Alexandre Accioly, têm um grave defeito: eles trabalham”.

 TEMPOS ATUAIS

Copacabana Palace hotel - anexo
A Copacabana semideserta, um imenso areal ocupado aqui e ali por casas e mansões de veraneio, deixou de existir há muito tempo. Mas ao atravessar a porta giratória de freijó e vidros curvos do número 1702 da Avenida Atlântica encontra-se, intacto, um pedaço da história do Rio. Mais de oito décadas, após a sua inauguração, o Copacabana Palace permanece ainda hoje, um marco incontestável da arquitetura carioca que conseguiu sobreviver à deterioração do entorno, à despersonalização do turismo de massa e ao desprezo nacional por edificações que têm a charmosa pátina do tempo.
Não existe mais o glamour da era em que Ava Gardner, Marlene Dietrich e Rita Hayworth circulavam por seus salões, mas o velho Copa continua lá, como um enclave de resistência à feiúra e à mesmice. O hall de entrada recende a um delicioso aroma de capim-limão – fragrância feita exclusivamente para o hotel. Um oásis luxuoso em meio à cidade: assim pode ser definido o imponente, senhor cartão postal do Rio de Janeiro. Ele ocupa, em sua majestade, uma área de mais de 12 mil metros quadrados na praia de Copacabana,  é um dos imóveis mais caros e procurados do Brasil.
A renovação permitiu a recuperação de sua marca e da boa imagem, proporcionando altos índices de ocupação e performance operacional.
Hoje o Copa mantêm uma piscina semiolímpica, doze salões famosos para bailes de Carnaval e festas de fim de ano, boutique, restaurantes, bares, spa, salão de beleza, academia de ginástica e quadra de tênis. Mas a graça de se hospedar no Copa, ou apenas de visitá-lo, sem compromisso, está também na descoberta dos detalhes em um dos imóveis mais caros e procurados do Brasil. De 1991 a 1995, uma parte das acomodações do Prédio Anexo e do Prédio Principal foram completamente renovadas e modernizadas.
O prédio de estilo mediterrâneo se impõe pela sua elegância – um clássico da arquitetura. Por seu cuidado com os detalhes e a atmosfera que o rodeia, o Copacabana Palace representa uma combinação clássica entre os estilos Latino e Europeu. Escadarias de mármore de Carrara, elevadores e corrimãos com metais dourados cuidadosamente polidos, cortinas e móveis clássicos, tapeçarias importadas, lustres de cristal e afrescos assinados pela francesa Dominique Jardy são alguns dos requintes do Copa. A decoração clássica de 1923, ano de inauguração do hotel, foi preservada até hoje pelo francês Michel Jouannet, arquiteto da casa.
A partir de 1989, novos tempos. Comprado por US$ 23 milhões pelo empresário inglês James Sherwood, o palácio à beira-mar passou por uma reforma orçada em US$ 90 milhões.
Antes, e durante “os anos dourados” era o Bife de Ouro o grande restaurante da cidade. O Bife de Ouro, batizado por Assis Chateaubriand pelo alto preço dos seus pratos, foi substituído pelo afamado restaurante Cipriani, um “templo” de elegância que inova constantemente a sua proposta, os seus serviços — e a sua gastronomia. Agora, vai entrar em obras de reforma só reabre quando toda a decoração for “italianizada” — no melhor sentido.
O clima, no entanto, já não é tão festivo: os hóspedes são na maioria executivos, com exceção dos ocasionais cantores de rock e atores estrangeiros. Invadido por arranha-céus, conjugados e com os vários hotéis na orla, entre eles de cinco estrelas, o bairro de Copacabana perdeu muito de seu charme. Mas o Copacabana Palace, impávido, jamais perderá requinte de outrora.
Em 2.005 foi realizado o retrofit do Anexo, com investimento de US$ 10 milhões. Foi completamente renovado adicionando novos apartamentos ao número total de acomodações do hotel, que atualmente possui 243 unidades sendo o maior número de suítes.
Os mais exigentes podem dispor ainda de uma das sete suítes do sexto andar, que tem uma piscina exclusiva, totalmente negra, cercada por treliças brancas, com vista privilegiada para a praia de Copacabana. Completam o luxo desse andar privativo, tecidos franceses, obras de arte e tapetes orientais.
Em 2.007, reabertos o teatro e os salões de evento, onde funcionava o cassino, além de um spa, nos moldes da Termas do Copa, famosa na década de 1950, com investimento de US$ 27 milhões.
Há 20 anos, o Copa, que quase afundou em meio à decadência, precisou de uma injeção de um grande investimento para voltar a ter o brilho do passado. Todos os anos, 4% de seu faturamento são reinvestidos na manutenção do prédio do seu quase 90 anos. Hoje, o hotel está entre os três melhores empreendimentos do grupo de hotelaria Orient-Express, que comanda 50 negócios no ramo ferroviário, náutico, hoteleiro e de gastronomia.
O Copacabana Palace é o hotel que mais recebe casais em noite de núpcias no Rio, quiçá no Brasil. São 15 recém-casados por fim de semana.
O hotel tem um time de 520 funcionários – 2,4 para atender cada quarto –, o dobro da média dos empreendimentos de cinco-estrelas da Av. Atlântica. Em 2010, o hotel recebeu 90 000 hóspedes.
Golden Room

HALL DA FAMA

Copa Foto; Joka 2009
Foto: Joka 2009

Anos 20 

Lord Desborough , atleta, desportista, funcionário público e político. 1955-1945
1923 – Lorde Bessborough, Lorde Ridley
1924 – Parceval Farqwar, Lorde Lovat, Edwin S. Montagu, E.Garzon
1925 – G.L.Austin, Lady Tosti, Ninon Vallin
1926 – Ramon Franco, Presidente Washington Luis
1927 – Lorde Glentanar, Claudia Muzzio, Tito Schipa, Wilhelm Backlaus, Lorde Eldon, Carlos Saavedra Lamas, Lorde Femoz, Jean Borofra, Joseph Le Brix , Dieudonné Costes
1928 – Serge Voronoff, J.R.Capablanca, Santos Dumont, John Galsworthy, Emile Vendevelde, David Lloyd George, Presidente Julio Prestes de Albuquerque, Lorde Bledisloe, Ilona Massey, Gerald B. Portman
1929 – Conde Herman de Kayserling, Lorde Suffind, Lorde D’Abernam
Claudia Muzio italiana de ópera soprana 1889 - 1936

Anos 30

Igor Stravinsky, compositor, pianista e maestro russo 1882 –1971
1930 – Arquiduque Albert, Feodor Chaliapin, Presidente Arthur Bernardes
1931 – Gen.Italo Balbo, Edward VIII, George VI, Paul Morand, Lily Pons, Noel Coward, Baron Henri de Rotschild, Presidente Arthur Bernardes, General Huntzinger, Lorde Amherst
1932 – Andre Pascal
1934 – Mischa Elman, Ramon Novarro, Amelita Galli-Curci, Belaunde
1935 – Guglielmo Marconi, Jean Batten, Marcantonio Príncipe da Colonia, Lorde Macmillan
1936 – Igor Stravinsky, Carlo Pintacuda, Stefan Zweig, Cordell Hull
1938 – Cecile Sorel, Tyrone Power, Ermette Zacconi, Lorde Hailsham
1939 - Henry Fonda
Henry Fonda - Ator americano 1905 - 1982

 Anos 40

Atriz argentina Mona Maris 1906 – 1991
1940 – George O’Brien, Mona Maris, Lew Ayres, Errol Flynn, Arturo Toscanini, John Boles, Tito Guizar, Sol Hurok
1941 – John Gunther, Douglas Fairbank Jr., Walt Disney, John Hay Whitney, Bing Crosby, Ed Sullivan, Arquiduque Felipe da Austria, Eddy Duchin, Lorde Willingdom, Harry Rose, James Farley
1942 – Frank Knox, Walter Winchell, Orson Welles, Phil Reisman
1943 – Dona Filippa de Bragança, Walter Winchell
Orson Welles Ator, Roteirista e Produtor 1915-1985

 ANOS 50

Atriz norte-americana Ava Gardner 1922 - 1990
1950 – Edward G.Miller, A.Brailowsky, Andre Maurois, Gardner Cowles, Juan S.Trippe, Dick Berlin, Randolph Hearst Jr., Nelson Rockfeller
1952 – John Wayne, Eric Johnston, Errol Flynn
1954 – Edward G.Robinson, Jefrey Hunter e Barbara Rush, Mary Pickford, Gene Raymond, Walter Pidgeon, Ann Miller, Ava Gardner, Fred Mac Murray, Janette Mac Donalds, Irene Dunne, Carmem Miranda
1958 – Dimitri Mitropoulos, Leonard Bernstein, Margot Fonteyn de Arias, Nelson Rockfeller
1959 – Gene Barry
Cantora e atriz Carmen Miranda 1909-1955

Anos 60

Kirk Douglas - Ator americano
1960 – John S.D.Eisenhower, William Hearst Jr
1963 – Kirk Douglas
1964 – Dr. Wernher Von Braun
1965 – Jascha Heifetz, Vincent Minelli, Jean e Josephine Charlotte de Luxemburg
1966 – Karl Carstens
Grand Jean e a Princesa Josephie Charlotte de Luxemburg

Anos 70

Alain Delon - Ator francês
1973 – Rodman Rockfeller, Paul Mauriat, The Platters, The Supremes
1974 – Gen.Hugo Banzer, Sra.Winthrop Paul Rockfeller, H.R.H.Princess Alexandra, Hon.Angus Ogilvy, Kakuei Tanaka, Gene Kelly, Dione Warwick, Roman Polanski, Presidente Ernesto Geisel, Piet Koornhof
1975 – Hebe Camargo, Emerson Fittipaldi, Roberto Carlos, Princesa Soraya Esfandiari, Jean Claude Brialy, Charles Aznavour, Charles Trenet, Alain Delon, Mireille Darc, Shere Hite, Nicolae e Elena Ceaucescu, Princesa Ira de Furstemberg
1978 – Margot Fonteyn de Arias, Príncipe Charles, Harriet Crawley, Henry Kissinger, Shah Achraf Pahlavi, Franco Zefirelli, Valery Giscard d’Estaing, Alain Peyrefitte, Simone Weil, Lord Kissin de Camden, Ken Adams
1979 – Robert MacNamara
Margot Fonteyn - bailarina clássica

Anos 80

Richard Gere - Ator
1980 – Ahmed Sekou Toure, Jorge Rafael Vidella
1983 – Capitão Jacques Cousteau
1984 – Presidente João Figueiredo, Jean Sablon, Richard Gere, Mick Jagger, Jerry Hall, Rita Lee
1985 – Cliff Williams(AC/DC), Angus Young, Iron Maiden, White Snake, Frank Schneider, Ozzy Osbourne, François Mitterand, Gina Lollobrigida, Brian May
1986 – Natalia Makarova, Príncipe Johannes V.Thurn und Taxis, Princesa Maria Beatrice de Savoia, Condessa M. Isabella di Savoia Genova,  Vernon Walters, Kalvei Sorsa, Julio Sanguinetti, Hortensia de Allende
1987 – Aristides Maia Pereira, Maurice Druon, Raul Julia, Sonia Braga, Paul Mazursky, Richard Dreyfuss, Karoly Nemeth, Gina – Princesa de Liechtenstein, Helen Shan – Princesa do Nepal, Princesa Margrit dos Países Baixos
1988 – Duran Duran, Renate von Thyssen, Lori Azzaro, Princesa Haiga Al Faissal, Lorin Maazel, Philip von Liechtenstein
1989 – Enrico Coveri, James and Shirley Sherwood, Sting, Ravi Shankar, Ben Kingsley
Atriz italiana Gina Lollobrigida

Anos 90

Winnie e Nelson Mandela
1990 – Yang Shankun, Presidente Itamar Franco
1991 – George Michael, Tom Jobim, Pele, T.R.H.Charles e Diana, Winnie e Nelson Mandela, Roger Moore, Helmut Kohl, Patrick Louis Vuitton
1992 – Violeta Chamorro, Michael Schumacher, John Major, Kennedy Simmonds, G.P.Koriala, Patricio Aylwin, Li Peng, Jacques Santer, Anibal Cavaco Silva, Rafael Caldera Fournier, Stanislaw Choukevitch, Príncipe Sid – Maroc, Mohamad Nawaz Sharif, Joachim Chissano, Sid M.Boubacar, Beatrice Welles Smith, Wayne Shorter, Herbie Hancook
1993 – Francis Ford Coppola, Robert de Niro, Calvin Klein, Susan Sontag, Peter Greenway, Helen Mirren, Taylor Hackford, Sara Driver, Stephen Frears, Hanna Shigulla, Jim Jarmush, Samuel Fuller, Chuck Berry, Ronald Harwood, Marco Leonardi, Lumi Cavazos, Brian de Palma, Cicero Dias
1994 – Mickey Rourke, Michelangelo Antonioni, V.S.Naipaul
1995 – Mary Robinson, Michael Schumacher, Daniela Mercury, Oscar Luigi Scalfaro, Liza Minelli, Jean Claude Van Dame, Patrick Swayze, Hubert de Givenchy, Oscar de La Renta, Duke of Kent, Anne Rice, Roman Herzog
1996 – Mathew Modine, Kathleen Battle, Mario Soares, Antonio Guterres, Vaclav Havel, John Grinsham, Príncipe Michael de Kent
1997 – Mario Vargas Llosa, Nathalie Cole, Jeff Goldblum, Bill e Hillary Clinton, Presidente Fernando Henrique Cardoso, Carlos Menem, Elias Hraui, Ernesto Samper, Eriq La Salle, John Woo, Richard Serra
1998 – Gay Talese, U2, Pierce Brosnam, Rolling Stones, HRH Prince Wilhelm dos Países Baixos, HRH King Carl XVI Gustav da Suécia, Claudia Schiffer, Hackeen Olajuwon, Kofi Annan, Carlos Fuentes
1999 – Catherine Zeta-Jones, Queen Margrethe II da Dinamarca, Gerhard Schroeder, Forrest Whitaker, Carlos Saura, Burt Bacharach
Mario Vargas Llosa escritor, jornalista, ensaista e político peruano, laureado com o Nobel de Literatura de 2010

Anos 2000

Mstilav Rostropovich violoncelista e maestro russo 1927 - 2007
2000 – Anthony Minghella, Jean Paul Gaultier, Mika Hakinen, Carlos Ciampi, Claudio Abbado, Anthony Quinn, Sebastião Salgado, José Saramago, TRH Juan Carlos e Sofia da Espanha, Carla Camurati
2001 – Ricky Martin, Anthony Hopkins, Kurt Masur, Werner Herzog, Zubin Mehta
2002 – Barbara Bush, Rostropovitch
2003- Samuel L.Jackson, Eric Hobsbawn, Rainha Beatriz da Holanda e Príncipe Wilhem-Alexander da Holanda, Gisele Bundchen, Philip Starck, Rei Harald V e Rainha Sonja da Noruega, Salman Rushdie
2004 – Presidente Luis Inácio Lula da Silva, Nestor Kirchner, Valentino
2005 – Lenny Kravitz, Tom Wolfe, Oliver Sacks
2006 – Princesa Victoria da Suécia, Robert Scheidt, Robbie Williams.
2007 – Príncipe Andrew, Al Gore, Yo Yo Ma, Kiri Te Kanawa, Mario Vargas Llosa, Lenny kravitz, Macy Gray, Kiefer Sutherland, Gérard Butler, Rodrigo Santoro
2008 – The Police, Will Smith
Gisele Bundchen, modelo brasileira

Um comentário:

Cristina Reis disse...

Olá,

Eu fico muito feliz quando a história do bairro de Copacabana é contada em toda a sua essência. Mas só não concordo que um trabalho que fiz de pesquisa de três dias, venha a ser postado em um blog sem a identificação do verdadeiro autor. Não importo que as pessoas copiem e divulguem em mídias ou redes sociais, mas dê o direito a aqueles que efetivamente contribuíram com uma parte da história do bairro de Copacabana a ser divulgada. Se puderes coloque que a iniciativa saiu da AMA 2345 de Copacabana (associação de Moradores), pois, te agradeceria muitíssimo.